bem redondo.

Zerei.
Foi assim que aconteceu. Não era uma fase, e nem um jogo qualquer, foi minha incrível e enigmática prova de Cálculo III. Recebi a prova, assinei a folha de respostas, fiquei duas horas ora olhando para prova e ora desenhando na minha carteira, treinando graficamente iniciais de nomes sujos como ZB (zé buceta) e FP (filho da puta). E nem era o meu professor quem aplicava a prova, era uma outra pessoa cuja eu não sei o nome, que estava com "sangue nos zoi" e por quem eu destilei ódio durante horas lentamente.
Eu nem sei o porque de esperar tanto tempo para entregar uma prova em branco, vai ver eu esperava por algum milagre divino, vai que alguém sentisse o meu desespero no olhar, fizesse uma super cola e mandasse em forma de aviãozinho pra mim, ou alguma divindade baixasse na minha frente em forma de solução de contas. Mas nada se fez.
Na véspera da prova eu estudei, rezei, acendi vela. Depois da prova eu me dei conta de que todo esse ritual serviu apenas para extrapolar o susto, afinal, eu não me deprimi, não chorei e nem arranquei os cabelos.O susto foi tão grande, que eu nem o senti, ele passou direto e fez a curva. Pelo o que eu me lembro, a última vez que eu zerei alguma coisa eu devia ter entre dezesseis - dezessete anos, e vivia a minha "vida loca". Um zero no meio da cara, não combina com quem já criou juízo, paga as próprias contas e encaretou. Nem porre eu tomo mais.
Será que é isso tudo o que me resta então? Parar de esquentar a cabeça, desencaretar e voltar aos bons drinks? Porque eu sei que depois de ter acontecido tanta coisa boa neste ano, o mar daqui pra frente vai ter maré cheia... e quem tem fôlego? quem se arrisca? quem dá conta? e quem vai?
Eu vou ali pra parte que já é 2014 e não volto mais.

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