seu mario.

Aprendi a lê-lo.
E olha que melancolia, ironia, profundidade doentia e confusão mental nunca foram o meu forte. Gostava de clareza; espiritualidade; mistério e romance policial.
Mas eis que ele surge na minha prateleira e quase que num descuido do destino, ou o descaso do acaso cai em minhas mãos.
Coitado.
Eu o comi em pequenos gomos; o suguei; devorei até o bagaço, e depois mirava para algum lugar e cuspia os caroços (bem longe)... aos poucos;por partes;conforme o meu bel-prazer.
Não lembro de tê-lo conhecido na escola. Ao menos não da maneira que lhe seria digna e que eu merecesse.
Lembro-me de ter ouvido algo sobre um tal de Drummond. Mas nunca o li.
Eis então que hoje é o dia da justiça. Me deleitei em uma prateleira cheia de clássicos, e peguei os dois: Seu Mario e Seu Carlos (sejam bem vindos por favor). Para que desse modo não houvesse ciúmes; predileção e conflitos... entre eles,e dentro de mim. Não posso me dar ao luxo de preferir um ao outro se não conhecer com propriedade os dois.
Me dispus a ler primeiro Carlos.Me deitei na rede ainda cedo, com pijama; hoje o tempo esta bastante agradável,faz um sol de inverno aqui fora. Abri o livro, e me permiti ler qualquer um; em poemas não existe ordem cronológica. Acho que neste caso trabalhamos mais com os nossos sentidos e intuição do que com a numeração das páginas. Mas não consegui sair do primeiro verso.Todos longos demais.
Que chatice.
O problema não é ele; eu acho.
Daí meu amor e zelo por Mario. Além de sê-lo quem me fez realmente pegar gosto por poesia, e até mesmo pensar escreve-la; em suas obras existem os curtos para os momentos de preguiça e meditação e os longos para os momentos de inspiração. E por hora; só os curtos me satisfazem.
Drumond que me perdoe e saiba que não é nada pessoal. Mas ele se faz longo demais, e no meu estado de espírito atual isso me cansa;me deprime;irrita e faz renascer em mim a adolescente que jamais se viria lendo um livro de poesias por achar deveras cansativo; enfadonho; dolorido e por saber que nunca compreenderia o poeta, frustrava-se.
Por hora, é preferível deixa-lo pra mais tarde. Para um dia quando e onde seus versos venham pulsar no mesmo ritmo das batidas do meu coração.

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