a espera.


E eu fico nessa vontade louca de escrever sobre coisas as quais ainda não quis dar um nome, mas que despertam muitos sentimentos - alguns não tão nobres - em mim.
Desejo.
E a vontade se estende até o norte, até que ele vire sul - doeste; e deixe de ser óbvio e previsível. Que a bússola não mais acompanhe os pólos magnéticos da Terra; que o caminho me surpreenda e que eu seja então o pólo  e o caminho, que a vire de cabeça pra baixo, a confunda , que eu (e somente eu) seja a verdade, seu norte, seu sul e o noroeste. E que você me acompanhe- pobre bússola.
Se você acompanhar o meu ponteiro que esta acelerado em relação ao seu, ao céu e a terra, quando a gente for se sentar em baixo da goiabeira na frente de casa, pra pegar um fôlego, pra descansar as pernas (que ainda tremem), desfrutando do fruto e da sombra e apanhando coragem pra ir desafiar um novo calendário do tempo, eu juro que vou quebrar o relógio para desacelerar, para aproveitar e celebrar o meu tempo pertencendo ao seu. Vou te botar no colo para juntas recebermos a notícia boa que chegou atrasada. E que já não era sem tempo.
Mas, me diz, séra que ainda falta muito? pro pé de goiabeira? séra que ainda vai ter pé ou um tronco quando a gente chegar lá? Prometa que vai cuidar do meu jardim que eu lhe dou um beijo e compartilho todos os meus sonhos. Mas só o farei quando estivermos debaixo da árvore (e se por acaso eu me deparar com um limoerio, farei uma limonada com bastante gelo, açúcar e bicarbonato de sódio) e com você no colo depois da notícia boa.

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